sexta-feira, 9 de abril de 2010

Perguntas Mais Frequentes


Vejam quais as dúvidas mais freqüentes com relação à Síndrome de Down. Caso sua pergunta não esteja na lista abaixo, envie-a para nandapessoto@hotmail.com que tentaremos respondê-la.



1. O que é Síndrome de Down?
2. Como se reconhece a SD?
3. Ocorrem muitos casos de SD?
4. Qualquer casal pode ter um filho com essa síndrome?
5. Algum problema ocorrido durante gravidez pode causar a síndrome?
6. A SD é contagiosa?
7. Existe cura?
8. Qual a causa?
9. Qual o risco de um casal ter uma criança com SD?
10. Existe alguma maneira de se saber se a criança terá SD antes do nascimento?
11. A síndrome pode ter graus diferentes?
12. As crianças com SD apresentam problemas de saúde?
13. Como é o desenvolvimento da criança com SD?
14. Como é o temperamento?
15. Como a criança deve ser educada?
16. Como se pode diminuir suas limitações?
17. Qual e a escola mais adequada?
18. Convém internar a criança numa instituição especializada?
19. Como os pais devem agir em relação à criança com SD e seus irmãos?
20. O que deve ser dito aos irmãos das criança?
21. Como os casais se sentem ao saber que têm um filho com SD?
22. Como se deve agir quando outras pessoas fizerem perguntas?
23. Como deve ser a educação sexual?
24. Uma pessoa com SD poderá ter filhos?
25. Como é a vida da pessoa com SD?

RESPOSTAS:

1. O que é Síndrome de Down?
Síndrome de Down (SD) é uma alteração genético que acarreta um atraso do desenvolvimento, tanto das funções motoras do corpo, como das funções mentais. Um bebê com SD é pouco ativo, molinho, o que chamamos hipotonia. A hipotonia diminui com o tempo, e a criança vai conquistando, embora mais tarde que as outras, as diversas etapas do desenvolvimento: sustentar a cabeça, virar-se na cama, engatinhar, sentar, andar e falar. A SD era conhecida popularmente como mongolismo. Atualmente, a forma de se nomear as pessoas que nascem com a trissomia 21 é: Pessoas com Síndrome de Down.

2. Como se reconhece a SD?
Há sinais físicos que acompanham, em geral, a SD, e por isso ajudam a fazer o diagnóstico. Os principais sinais físicos no recém-nascido são:
• Hipotonia
• Abertura das pálpebras inclinada com a parte externa mais elevada
• Prega da pálpebra no canto dos olhos como nas pessoas da raça amarela, por exemplo japoneses.
• Língua protusa (para fora da boca)
• Prega única na palma das mãos
Há outros sinais físicos, mas variam de bebê para bebê.


3. Ocorrem muitos casos de SD?
A SD é relativamente freqüente: de cada 700 bebês que nascem, um tem.
a síndrome. Atualmente, estima-se que existem, entre crianças e adultos, mais de 100 mil brasileiros com SD.

4. Qualquer casal pode ter um filho com essa síndrome?
Sim, qualquer casal pode ter filho com SD, não importando sua raça, credo ou condição social. Entretanto, a chance de nascer um bebê com SD é maior quando a mãe tem mais de 40 anos.

5. Algum problema ocorrido durante gravidez pode causar a síndrome?
Não. No inicio da gestação, quando começa a se formar o bebê, já está determinado se ele terá SD ou não. Portanto, nada que ocorra durante a gravidez, como quedas, emoções fortes ou sustos, pode ser a causa da síndrome. Também não se conhece nenhum medicamento que ingerido durante a gravidez cause a SD.

6. A SD é contagiosa?
Não, ela não é causada por nenhum micróbio. Ela é produzida por uma alteração genética que ocorre no início da gravidez.

7. Existe cura?
Até o momento, não há cura, embora no mundo inteiro se façam pesquisas nesse sentido. A SD é uma anomalia das próprias células, e não existem drogas, vacinas, remédios, escolas ou técnicas milagrosas capazes de curá-la.
Infelizmente, são inúmeros os pais que se deixam enganar por curandeiros e charlatões, pensando que seus tratamentos milagrosos beneficiam seus filhos.
Nesses casos, o desenvolvimento que a criança vai tendo com a idade é atribuído erradamente ao tratamento, que muitas vezes exige sacrifícios econômicos exorbitantes e completamente inúteis.
Atualmente, são realizados programas de estimulação precoce que visam, favorecer o desenvolvimento motor e intelectual das crianças com SD. Estes programas indicam melhoras no desempenho da criança durante os primeiros anos de vida. A estimulação precoce não é a cura da SD, mas fornece as oportunidades para o desenvolvimento dos potenciais da criança.

8. Qual a causa?
Toda pessoa tem seu corpo formado por pequenas unidades chamadas células, que só podem ser vistas ao microscópio. Dentro de cada célula estão os cromossomos, que são os responsáveis por todo o funcionamento da pessoa.
Os cromossomos determinam, por exemplo, a cor dos olhos, altura, sexo e também o funcionamento e forma de cada órgão interno, como o coração, o estomago e o cérebro. Cada uma de nossas células possui 46 cromossomos que são iguais dois a dois, quer dizer, existem 23 pares ou duplas de cromossomos dentro de cada célula. Um desses pares de cromossomos, chamado de par número 21, é que está alterado na SD. A criança com SD possui um cromossomo 21 a mais, ou seja, ela têm três cromossomos 21 em todas as suas células, ao invés de ter dois. É o que chamamos de trissomia 21. Portanto, a causa da SD é a trissomia do cromossomo 21.

9. Qual o risco de um casal ter uma criança com SD?
O risco depende da síndrome ser causada por trissomia simples ou por translocação. No caso da trissomia simples, o risco depende da idade da mãe, Isso porque a chance de acontecer um erro na formação do ovo é maior com o aumento da idade da gestante. Para a translocação, se não existe outro caso na família, o risco é muito pequeno.

10. Existe alguma maneira de se saber se a criança terá SD antes do nascimento?
Atualmente, existem exames que são feitos durante a gravidez, e que detectam algumas alterações do feto. Dentre estes, a amniocentese e a amostra de vilo corial são exames usados para estudo dos cromossomos do feto. Portanto, a trissomia do cromossomo 21, que causa a SD, pode ser detectada no período pré-natal. Mulheres com mais de 40 anos possuem um risco maior de ter um filho com SD e elas podem fazer um desses dois exames durante a gravidez. Esse aumento do risco não depende do número de filhos que a mulher já teve.

11. A síndrome pode ter graus diferentes?
Não existe classificação em graus para a SD. Todavia, tanto os sinais clínicos como o desenvolvimento motor e mental apresentam variações. Assim, como cada criança é diferente das demais, as crianças com SD também se desenvolvem diferentemente umas das outras. Apesar da variação entre as crianças, todas apresentam deficiência mental.

12. As crianças com SD apresentam problemas de saúde?
Existem alguns problemas e doenças que as crianças com SD podem ter com maior freqüência, tais como:
• mal-formação cardíaca, em metade dos casos;
• mal-formação do intestino;
• deficiência imunológica;
• problemas respiratórios;
• problemas de visão e audição;
• problemas odontológicos.
É conveniente, em qualquer dos casos, procurar a orientação para o tratamento adequado.
É importante lembrar que algumas pessoas com SD não apresentam os problemas ou doenças acima citados, por isso é sempre importante a avaliação médica, com um profissional da confiança da família, que acima de tudo, traga tranqüilidade.

13. Como é o desenvolvimento da criança com SD?
O desenvolvimento da criança com SD ocorre em um ritmo mais lento que o das crianças normais. O bebê, devido à hipotonia, é mais quieto, tem dificuldade para sugar, engolir, sustentar a cabeça e os membros. A hipotonia, com os cuidados terapêuticos necessários, tem um prognóstico muito positivo.
Embora haja atraso no desenvolvimento motor, isso não impede que a criança aprenda suas tarefas diárias e participe da vida social da família. A criança com SD pode, portanto, executar tarefas simples, mas a deficiência mental não permite que ela consiga resolver problemas abstratos, que são muito complicados para ela.

14. Como é o temperamento?
Cada pessoa tem uma personalidade própria, diferente das demais. Do mesmo modo, a criança com SD também tem sua personalidade, que depende, em grande parte, de suas experiências. A maioria dessas crianças tem temperamento dócil e não são agressivas. A teimosia e a birra às vezes fazem parte de seu comportamento e, assim como das outras crianças, que não encontram limites claros e equilibrados em sua educação.

15. Como a criança deve ser educada?
Deve ser educada e disciplinada como qualquer outra criança. Os pais devem ensinar-lhe os limites, não permitindo que ela faça tudo o que quiser. Será necessário maior cuidado e atenção, porque a criança pode demorar mais para aprender as coisas. É importante lembrar que ela pode demorar para aprender as coisas, mas aprenderá.

16. Como se pode diminuir suas limitações?
A maioria dos profissionais acredita que a estimulação precoce ajuda o desenvolvimento da criança. Os pais podem auxiliar muito a criança, brincando sempre com ela, mantendo-a em atividade, permitindo que ela tenha muitos estímulos, visuais, táteis e auditivos, por exemplo, com brinquedos e objetos de material, som e cor diferentes. Exercícios físicos específicos poderão auxiliar o desenvolvimento neurológico. A convivência com outras crianças e a participação na vida social da família auxiliarão seu desenvolvimento emocional.
Clínicas especializadas costumam ter programas de estimulação precoce para crianças com SD, que poderão orientar os pais quanto aos exercícios específicos.


17. Qual e a escola mais adequada?
A escola comum, de caráter regular (particular ou pública) que deve ser escolhida pelos pais, os quais podem ser orientados pelos terapeutas de seus filhos. Vale lembrar que a última decisão é dos pais. Nossa legislação atual assegura o direito à escolarização para todos, não importando raça, credo, sexo, ou se a pessoa tem necessidades especiais. Todos são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos. Todas as escolas, particulares ou públicas, são obrigadas a matricular em seu estabelecimento pessoas com necessidades especiais caso sejam procuradas, e se não o fizerem, podem sofrer as conseqüências legais desta negação.

18. Convém internar a criança numa instituição especializada?
Uma instituição não tem condições de suprir todas as necessidades do desenvolvimento da criança, pois a família pode lhe dar mais atenção e carinho.
É importante que ela conviva com outras pessoas e freqüente ambientes diferentes. Matricular a criança numa escola comum (rede regular de ensino) onde passe parte do dia, pode dar-lhe melhores condições de desenvolvimento, sem privá-la da convivência com a família.


19. Como os pais devem agir em relação à criança com SD e seus irmãos?
Os pais devem procurar não superproteger a criança, interferindo o menos possível nas brincadeiras e brigas entre irmãos, permitindo que cada um tenha suas atividades e sua liberdade. Se os pais tratam a criança com naturalidade,
os irmãos também o farão, Não se deve tratar a criança como se ela fosse mais fraca, indefesa ou “diferente", fazendo exigências ou restrições especiais aos outros irmãos, pois eles poderão se sentir culpados, com pena, raiva ou com responsabilidade excessiva. Deve-se evitar que a criança com SD se torne alvo
das atenções exageradas da família, para que os outros filhos não se sintam em segundo plano.


20. O que deve ser dito aos irmãos das criança?
Se os irmãos forem pequenos, não evite sua presença para falar daquele que tem SD, evite cochichos, pois isso cria uma atmosfera artificial; ouvindo os pais conversarem com naturalidade, eles aceitarão naturalmente na medida que crescem. Se os irmãos tiverem idade para compreender, poderá ser dito que o irmão com SD aprenderá as coisas um pouco mais devagar do que eles mesmos aprenderam.

21. Como os casais se sentem ao saber que têm um filho com SD?
Há muita expectativa quanto ao nascimento de um bebê, e os pais sempre esperam que seus filhos nasçam sadios. Quando nasce uma criança com SD, é natural que os pais fiquem chocados e que tenham sentimentos de perda e rejeição. Devido a pouca informação, os pais podem supor que cometeram algum erro e por isso se sentem culpados.
À medida que a situação se torna mais clara, e que os pais tornam conhecimento de que a síndrome é causada por um acidente sobre o qual ninguém tem controle, esses sentimentos, que são naturais nesse momento, poderão ser superados.
Sentimentos de insegurança e incerteza, bem como dúvidas sobre como tratar a criança e o que o futuro lhe reserva, podem surgir. Se isso acontecer, procure informações corretas, através de médicos, profissionais especializados ou mesmo pais que também têm um filho com SD. Isso poderá ajudá-lo a compreender melhor a situação e seu filho.


22. Como se deve agir quando outras pessoas fizerem perguntas?
Apesar da dificuldade inicial em aceitar a criança com SD, procure dizer às pessoas conhecidas que a criança tem SD, que é um atraso no desenvolvimento, que não é uma doença contagiosa ou infecciosa. Isso poderá evitar situações desagradáveis, e as pessoas se sentirão mais a vontade para conversar com você a respeito da criança.

23. Como deve ser a educação sexual?
Aos poucos, de acordo com a curiosidade da criança e com sua capacidade de compreensão, os pais terão oportunidade de explicar como nosso corpo funciona e as diferenças entre homens e mulheres e, fornecer informações que ajudem a criança a lidar com determinadas situações, como, por exemplo, preparar a menina para a primeira menstruação. A educação sexual não é dada num único dia. Desde pequena a criança tem curiosidade por tudo que a cerca, e o sexo também desperta sua atenção. Isso para ela é tão natural como qualquer outra coisa. Essa naturalidade continuará se os pais conversarem espontaneamente sobre sexo com ela.

24. Uma pessoa com SD poderá ter filhos?
Não se conhecem casos de homens com SD que tenham se reproduzido. As mulheres podem menstruar e engravidar. Entretanto, a gravidez é desaconselhada, porque a mãe terá dificuldade em cuidar da criança adequadamente. Além disso, o risco de nascer uma criança também com SD é alto (cerca de 50%). Convém que os pais procurem a orientação de um ginecologista quando a menina com SD chega à adolescência e tem a sua primeira menstruação.

25. Como é a vida da pessoa com SD?
A pessoa com SD quando adolescente e adulta tem uma vida semi-independente. Embora possa não atingir níveis avançados de escolaridade, pode trabalhar em diversas outras funções, de acordo com seu nível intelectual. Ela pode ter sua vida social como qualquer outra pessoa, trabalhar, praticar esportes, viajar, freqüentar festas.


FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN
http://www.fsdown.org.br/


O Cariótipo


Para comprovar a Síndrome de Down, o médico deve solicitar um exame genético: o cariótipo. Este exame permite confirmar o diagnóstico pela constatação de um cromossomo extra no par 21. Este cromossomo provém de um erro na divisão do material genético no início da formação do bebê. Este erro na divisão é o suficiente para modificar definitivamente o desenvolvimento embrionário do bebê. A forma genética da trissomia não tem valor no prognóstico, nem determina o aspecto físico mais ou menos pronunciado, nem uma maior ou menor eficiência intelectual. É importante ter claro que não existem graus de Síndrome de Down e que as diferenças de desenvolvimento decorrem das características individuais (herança genética, educação, meio ambiente etc.)

O interesse em reconhecer e diferenciar o erro cromossômico, responsável pelo nascimento do bebê é preventivo. Ele permite saber se o acidente pode ocorrer em outra gestação ou se ele pode ou não ocorrer em familiares, irmãos ou irmãs da criança. Na maioria das vezes, a trissomia resulta de um acidente na divisão celular que não se repetirá. Em cerca de 95% dos casos a pessoa com Síndrome de Down apresenta 47 cromossomos em todas as suas células. Essa é a chamada trissomia 21 simples ou padrão. Cerca de 2% das pessoas com Síndrome de Down apresentam uma mistura de células normais (46 cromossomos) e de células trissômicas (47 cromossomos). Esta condição é denominada "mosaicismo" e é considerada como o resultado de um erro em uma das primeiras divisões celulares. Os outros 3% das pessoas com Síndrome de Down apresentam o material cromossômico disposto de forma diferente, isto é, o cromossomo 21 extra encontra-se aderido a um outro cromossomo, geralmente o 14. Este fenômeno recebe o nome de "translocação". É importante descobrir se uma criança tem Síndrome de Down por translocação, pois em aproximadamente um terço dos casos um dos pais é "portador'. Embora este pai e esta mãe sejam perfeitamente normais tanto física quanto mentalmente, pode haver um risco maior de terem filhos com Síndrome de Down. Estes pais necessitam de um aconselhamento genético específico.


FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN
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Como Identificar


Os cromossomos são estruturas que se encontram no núcleo de cada célula e que contém as características hereditárias de cada pessoa. Em cada célula existe um total de 46 cromossomos, dos quais 23 são de origem paterna e 23 de origem materna. As pessoas com Síndrome de Down apresentam 47 cromossomos em cada célula, ao invés de 46 como as demais. Este cromossomo extra localiza-se no par 21. Geralmente, a identificação do indivíduo com esta síndrome é feita na ocasião do nascimento ou logo após, pela presença da combinação de várias características físicas:


* Os olhos apresentam-se com pálpebras estreitas e levemente oblíquas, com prega de pele no canto interno (prega epicântica).
* A íris freqüentemente apresenta pequenas manchas brancas (manchas de Brushfield).
* A cabeça geralmente é menor e a parte posterior levemente achatada. A moleira pode ser maior e demorar mais para se fechar.
* A boca é pequena e muitas vezes se mantém aberta com a língua projetando-se para fora.
* As mãos são curtas e largas e, às vezes, nas palmas das mãos há uma única linha transversal, de lado a lado ao invés de duas.
* A musculatura de maneira geral é mais flácida (hipotonia muscular).
* Pode existir pele em excesso no pescoço que tende a desaparecer com a idade.
* As orelhas são geralmente pequenas e de implantação baixa. O conduto auditivo é estreito.
* Os dedos dos pés comumente são curtos e na maioria das crianças há um espaço grande entre o dedão e o segundo dedo. Muitas têm pé chato.

Embora o bebê com Síndrome de Down possa apresentar algumas ou todas estas características, é importante ressaltar que, como todas as crianças, eles também se parecerão com seus pais uma vez que herdam os genes destes e assim, apresentarão características diferentes entre si, como: cor dos cabelos e olhos, estrutura corporal, padrões de desenvolvimento etc. Estas características determinam uma diversidade de funcionamento comum aos indivíduos considerados normais. A suspeita da Síndrome de Down deve sempre ser confirmada pelo cariótipo. É importante que a passagem do diagnóstico seja realizada de forma clara e tranqüila. Após esta confirmação, o profissional deverá esclarecer a família e encaminha-la para o atendimento especializado mais próximo de sua comunidade.


FUNDAÇÃO SÍNDROME DE DOWN
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terça-feira, 6 de abril de 2010

O que é a Síndrome de Down?


Histórico


A Síndrome de Down foi descrita em 1866 por John Langdon Down. Este médico inglês descreveu as características da Síndrome, que acabou sendo batizada com o seu nome. Popularmente é conhecida como mongolismo. Hoje sabemos que esta denominação é inadequada, devido à conotação preconceituosa que a cerca.Campanhas têm sido realizadas para a divulgação do nome Síndrome de Down ou Trossomia do 21. Em 1959, Jerôme Lejeune descobriu que a causa da Síndrome de Down era genética, pois até então a literatura relatava apenas as características que indicavam a Síndrome.
Alteração Genética

A Síndrome de Down é um acidente genético, que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Na célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. O indivíduo com Síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21. Esta alteração genética pode ser apresentar de 3 formas:

Trissomia 21 padrão:
* Cariótipo: 47XX ou 47XY (+21)
* Indivíduo apresneta 47 cromossomos em todas as duas células, tendo no par 21 três cromossomos. Ocorre em aproximadamente 95% dos casos.

Trissomia por translocação:
* Cariótipo: 46XX (t 14;21) ou 46XY (t 14;21)
* O indivíduo apresenta 46 cromossomos e o cromossomo 21 extra está aderido a um outro par, em geral o 14. Ocorre em aproximadamente 3% dos casos.

Mosaico:
* Cariótipo: 46XX/47XX ou 46XY/47XY (+21)
* O indivíduo aprsenta uma mistura de células normais (46 cromossomos) e células trissômicas (47 cromossomos). Ocorre em aproximadamente 2% dos casos.


Diagnóstico

É impossível diagnosticar a Síndrome de Down logo ao nascimento. O diagnóstico, em geral, é feito pelo pediatra ou médico que recebe a criança logo após o parto, considerando as características fenotípicas peculiares à Síndrome. A confirmação é dada pelo exame do cariótipo (análise citogenética).
As características fenotípicas mais comuns são: hipotonia muscular generalizada; fenda palpebral oblíqua; prega palmar transversa única; face achatada; ponte deprimida; orelhas com baixa implantação; entre outras.
Incidência

A probabilidade de um indivíduo ter Síndrome de Down é de 1:600 nascidos vivos. O nascimento de uma criança com Síndrome de Down é mais freqüente conforme aumenta a idade materna. Porém, qualquer pessoa está sujeita a ter um filho com esta Síndrome que ocorre ao acaso, sem distinção de raça ou sexo.


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sexta-feira, 19 de março de 2010

O Impacto da notícia!


É muito comum que no momento em que recebemos a notícia da Síndrome de Down nossos sentimentos estejam confusos e embaralhados.
É uma carga emocional enorme, afinal deparamos nesse momento com uma situação completamente diferente da que tínhamos planejados para nossa vida e a de nosso filho.
Dia 14.03.2009, sábado, era o tão esperado momento, com a minha cesareana marcada para a tarde, acordei cedinho e já tomei aquele café da manhã caprichado porque a partir das 08:00h eu já não poderia comer mais nada, somente tomar água.
Meu Deus, como eu estava nervosa. Não saía do quartinho dela, só imaginando minha volta pra casa que seria com ela nos braços. Eu e meu marido tentamos deixar tudo prontinho pra não esquecermos nada: máquina, filmadora, bolsa da princesa e todas aquelas coisas que papais babões fazem para tudo sair perfeito. Minha mãe e minha sogra chegaram em casa por volta das 10:00h da manhã. Minha mãe toda ansiosa e minha sogra mais sossegada, afinal ela é enfermeira e já está acostumada com toda essa euforia. Ela me deixava tranquila.
Onze horas saímos de casa para o hospital. Chegando lá demos entrada na papelada, fui fazer os exames de rotina e graças a Deus estava tudo bem com a nossa pequena.
O Dr. chegou no hospital por volta das 15:00h. Subimos pro quarto e lá fiquei esperando o momento de ir ao centro cirúrgico.
Nossa! Parecia que a hora nunca iria chegar... Era um entra e sai de enfermeiros no quarto que me deixava doida. Eles me enchiam de perguntas e eu nervosa perguntava sobre tudo: como seria a anestesia, se a bebê viria pro quarto ficar juntinho de mim no mesmo dia, nossa, uma loucura! Até que vieram me buscar, deram-me uma daquelas roupas estranhas de hospital, toda aberta, sabe?! Aff, um terror! rsrs! Mas lá fomos nós, a família inteira me acompanhou.
Chegando no centro cirúrgico não sei o que me deu, mas eu não parava de chorar, de tremer, suava frio como se algo me dissesse que alguma coisa iria dar errado. Meu médico veio até mim e disse pra eu ficar calma, pois estava tudo bem e que logo eu estaria com a Lara nos braços. Aquilo me alcalmou um pouco, mas eu estava com medo, MUITO MEDO.
Entrei naquela sala fria e logo veio a tremedeira, meu marido até então estava se trocando para poder vir filmar o parto, o anestesista já estava me explicando que ele só entraria depois que eu estivesse anestesiada. Fiquei mais aliviada depois da anestesia pq sabia que faltava pouco pra minha filhota nascer. Meu marido entrou e eu comecei a passar muito mal, enjôos, tonturas, vontade de vomitar, queria que toda aquela aflição acabasse logo.
Assim que começou o parto eu sentia como se estivesse tirando meu coração junto, porque era uma pressão muito forte, mas às 17:43h a Lara nasceu, com 2.640kg e 45cm no hospital Sepaco. Nasceu sem chorar, sem dar nenhum sinal de que estava viva. Foi o momento mais desesperador de nossas vidas, eu pedia pra dar uns tapinhas na bundinha dela, eles davam e nada; queria saber o que estava acontecendo e nada de ninguém abrir a boca! Foi quando a pediatra passou com a minha filha do meu lado que pude ver aquele rostinho tão diferente dos outros bebês, eu vi os olhos da minha anjinha e sabia que algo estava errado, gritava querendo saber como ela estava, mas todos pareciam estar em choque, foi quando a médica se abaixou e me perguntou: - Durante o seu pré natal houve alguma suspeita de a sua neném ter Síndrome de Down? MEU JESUS!!! Eu queria morrer aquela hora, JURO! Eu queria desaparecer, queria que fosse apenas um pesadelo, mas não era, eu sabia desde que a vi pela primeira vez mesmo que de longe, minha bebê era diferente. Meu mundo acabou naquela momento, senti uma vontade imensa de sair dalí correndo, sentia medo de não saber criar minha filha, tive dúvidas, fiquei insegura, mas quando eu senti o cheiro, o calor e a pele da minha pequena Lara eu descobri que ela poderia ter tudo, mas que meu amor era imenso e imortal, capaz de passar por tudo isso sem desmoronar. Tiraram ela de mim muito rápido, ela precisava de oxigênio pois havia começado a fazer o primeiro cocozinho dentro da minha barriga - que eles chamam de mecônio - e com medo que ela aspirasse os médicos precisaram agir rápido. Por isso ela não chorava e nem se mexia direito. Depois que a levaram eu fiquei completamente sem chão, perguntava pra Deus porque isso tinha que ter acontecido comigo, porque comigo?? Eu estava em choque. Por mim não via ninguém, não falava com ninguém, foi como se meu sonhos e tudo o que eu planejei tivesse ido por água abaixo.
Voltei pro quarto e todos estavam lá, minha mãe era a única pessoa além do meu marido que eu queria ver, e junto chorar... Não pegava no sono e só no dia seguinte consegui descansar um pouco. Mas como se não bastasse, logo de manhã uma das pediatras que foi até o quarto nos explicar o que era a Síndrome de Down falou também que Larinha precisava fazer um exame chamado ecocardiograma pra detectar se ela teria alguma cardiopatia congênita. Eu jurava pra mim mesma que não consegueria passar por todo aquele sofrimento que parecia não ter fim! Logo a tarde chegou, e com ela a confirmação dos exames: a Lara era sim cardiopata, e teria que fazer uma operação assim que ganhasse mais peso, para que o coração funcionasse normalmente. Nossos familiares nunca nos abandonaram, sempre estavam presentes. Eu e o André sofremos muito com tudo isso, mas com o passar das horas, cada vez que iria até o berçario tentar amamentar minha filha meu amor por ela só aumentava. A primeira vez que a segurei no colo meu coração parecia que ia sair pela boca! Ela não pegava o peito, ficava cianótica (roxinha). Então precisava rapidamente ir para o isolete para ficar no oxigênio. Não pude ficar com ela no quarto nem um minuto sequer. Via todos aqueles quartos cheio de bebezinhos e me sentia tão vazia por não ter minha flor perto de mim. Mas durante o tempo que fiquei no hospital fui conversando com Deus e ele foi me confortando como se me falasse " - Filha, calma... Isso vai passar e você será muito feliz com essa criança!" Chegou o dia de deixar a maternidade e deixar minha filha lá. Ela precisava ficar na UTI neonatal pra poder se recuperar melhor... Foi como se tivesse deixado metade do meu corpo junto com ela, fui até onde ela estava e pedi chorando pra que saísse logo dalí e fosse pra casa conhecer o quartinho que a estava esperando.
Fui pra casa e ao me lembrar do desejo que tinha de chegar com minha filha nos braços, mais uma vez achei que não suportaria tamanha dor. Descansei um pouco naquele dia, mas meu pensamento queria minha filha comigo, no dia seguinte voltamos ao hospital pra transferir a Lara pra Santa Casa de Misericódia. Lá a Lara foi se recuperando a cada dia, ficou 8 dias internada e finalmente consegui levar minha florzinha para casa, QUE ALEGRIA!!!
Depois de tanto sofrimento aprendi que não importa o que a Lara tenha e muito menos me importam as barreiras que vamos ter que ultrapassar, pois com ela temos força e muita fé que tudo dará certo.
A Lara foi o presente mais lindo que nós poderimos ganhar!!! Nos traz muita felicidade e muita paz!!!

quinta-feira, 18 de março de 2010

BEM VINDOS À HOLANDA!

- Este texto fez uma grande diferença em nossas vidas e tivemos acesso a ele pouco tempo depois da nossa pequena nascer! Aproveitem!


Ter um bebê é mais ou menos como programar uma viagem de férias fabulosa para Itália. Compra-se um montão de revistas turísticas, fazem-se planos maravilhosos de passeios inesquecíveis, tenta-se aprender algumas palavras em italiano, é uma grande emoção.
Depois de tanta ansiedade, finalmente chega o dia da grande viagem.
Todos os amigos e a família aparecem para desejar boa sorte. Após certo tempo de voo, o avião aterrissa, e a comissária de bordo anuncia:
- Bem-vindos à Holanda!
Holanda?! Como Holanda? O voo era para Itália. Deveriamos estar na Itália. Toda a nossa vida sonhamos em ir para Itália.
Entretanto, houve uma mudança no plano de voo e o avião foi parar na Holanda. E vai permanecer lá. Não há possibilidade de voar para Itália.
O importante de toda essa situação é que, ao menos, ela não nos levará a um lugar horrível, desagradável; é apenas um local diferente. Há de se sair, fazer compras e adquirir mapas e guias, e vai ser necessário aprender um novo idioma e conhecer muitas pessoas que nunca se pensou antes em conhecer. Mas trata-se apenas de um lugar diferente, com um ritmo um pouco menos apressado do que o da Itália. E, uma vez na Holanda, após a agitação ter passado, olharemos ao redor e começaremos a descobrir que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e belezas únicas que, antes de aterissar ali, nao poderíamos sequer imaginar.
Todos no mundo estão tão ocupados indo à Itália e voltando de lá; todos se vangloriam das maravilhosas férias que passaram, por isso podemos, às vezes, nos flagrar pensando: '' Era ali onde eu deveria estar''.
Entretanto, essa dor vai desaparecendo aos poucos. Nós nos sentiremos privilegiados por conhecer outros países, outras línguas, outros costumes, e começaremos a notar que o mundo é bem maior do que a Itália, e que as fronteiras antes intransponíveis começarão a cair, tornando-nos cidadãos do mundo, bem mais sensíveis às belezas e mistérios da vida.
Contudo, se passarmos a vida lamentando por não ter chegado à Itália, nunca teremos o espírito livre para desfrutar o que há de mais especial e mais precioso na Holanda.